quarta-feira, 3 de setembro de 2008

DEUSES PLATINADOS

Cheguei um dia perto de uma sereia
E disse

Nossa! Como seus cabelos são lindos!
Ela virou-se muito simplesmente e disse

Mas os seus são iguais!
Foi assim que uma noite eu tive um sonho

No qual eu estava transando comigo mesma
A sereia não foi sonho

Era uma projeção platônica de carne e osso
Assim como platônica era minha paixão pelo

Deus parafinado que rondava minha praia
Por quem eu suspirava e com quem não troquei

Nunca sequer uma palavra
Trata-se às vezes

De não quebrar o encanto
Esses seres povoavam

Como espectros glamurosos
O meu mundo

Eram em suas essências
Muito simples

E muito majestosos
Com suas estampas floridas

Suas vidas coloridas
Príncipes descalços

Por nada nem por
ninguém perturbados