terça-feira, 28 de outubro de 2008

NOUVELLE VAGUE

Não tem nem o que dizer do "Acossado", essa obra-prima de Godard com o maravilhoso Jean Paul Belmondo. É um filme pra ter e rever várias vezes.

Mas eu não tenho esse preconceito que as pessoas tem com remakes. Ou, melhor dizendo, não acho que devem ser comparados ao original.

A versão americana (todos tem preconceito com versões americanas) "Breathless" com Richard Gere e Valérie Kaprisky é bem interessante.

A cena do beijo, por exemplo, que eu achei fantástica, li mais tarde que estava na lista das cenas mais quentes de beijos do cinema.
E o final, ah... o final...é breathless...ah...

sábado, 18 de outubro de 2008

FARLEY GRANGER

E o que não dizer do belo Farley Granger que estrelou os meus dois filmes favoritos de Hitchkok?

"Pacto Sinistro" e "Festim Diabólico", este último filmado inteiramente sem cortes dentro de um apartamento supostamente em Nova York.

É que o que se pode ver através das amplas janelas do flat é um cenário de Nova York, que apenas varia entre by day e by night. O efeito é marcante.

Na verdade tudo é um cenário e, o good-looking Farley numa atuação primorosa, contida, um grande ator. Assim como em "Pacto", ele confirma sua singularidade.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

SPORTS

Nunca gostei de esportes coletivos, constatei no blog da Liliana. Escolhi o tennis, onde pode acontecer no máximo 'dupla', o que já me incomoda. Dançar em dupla já me incomoda, gosto de estar solta no espaço.

Sempre fui bailarina: dez anos de Klauss Vianna, J.C. Violla que foi meu coreógrafo no Municipal sob a direção de Naum Alves de Souza, Maria Melot, Verzani, Jean Marie Dubrull, Peter Hayden, enfim, muitos outros.

Me lembro de estar na barra às oito da manhã me perguntando o que eu faria da vida se não fosse o ballet. Sim, era a minha vida.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008


terça-feira, 16 de setembro de 2008

Dubrovnik



Como já disse, Dubrovnik é hors concours, suas muralhas medievais contrastando com o azul não sei que tom do mar são de tirar o fôlego.

E não é aquele turismo cafona, o lugar é bonito, as pessoas são bonitas, as ilhas (tem uma placa) de um lado nudista, do outro, topless, né.

O chão de pedras largas parece que acaba de ser encerado de tanto brilho. E o Festival de Verão tem Concertos sob o céu estrelado e mil coisas.

Daí você vai dançar à noite numa danceteria que é um palácio enorme de três andares, cada andar um tipo de música e mais gente linda e a paisagem de babar.

s/ título


sábado, 13 de setembro de 2008

Cadaqués

Cadaqués é um desses lugares mágicos onde você acha que está sonhando, assim como Dubrovnik.

Cadaqués é literalmente de tirar o sono, não quero ir dormir de jeito nenhum, não quero perder nada, o Café todo de vidro à beira mar. A lua invadindo a baía, com seu reflexo na água entre os barcos rústicos e coloridos dos pescadores.

A casa do Picasso, o Museu Dalí lá pertinho, a casa de vários outros pintores que tiveram o bom gosto de eleger este lugar para veraneio. Tudo branco, tudo, as casas, os muros, estilo ilha grega. Mas com seu charme espanhol, de Costa Brava, ao norte de Barcelona e quase fronteira com a França.

É meio indescritível mesmo. E praia você vai pegar nas pedras e, nudismo total, pelo menos por parte dos europeus, americanos não. E a cor do mar...

Estava nadando, nua, naturalmente, quando um menininho que estava num barco, de uns quatro anos mais ou menos, exclamou: "Maman! Maman! J´ai vu une femme toutte nude!"

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Um drink com Paulo Francis

Certa vez, há muitos anos atrás, fui com um amigo jornalista encontrar o Paulo Francis que acabara de chegar de Nova York, num hotel aqui em São Paulo.


Ele falava muito, sem parar, quase que não era uma conversa, estava mais para um monólogo.

Foi quando de repente se dirigiu a mim com a pergunta: "E você? O que faz?"


Meu amigo logo interrompeu dizendo: "Ela é bailarina"

Ele ficou super entusiasmado: " É mesmo? Você é bailarina? E faz barra e tudo o mais?"


Daí em diante a conversa tomou outro rumo, ele disse que entendia muito pouco de dança. E então começou a falar sobre um espetáculo de dança que viu em NY e não parou mais.


Deu uma aula de história da dança moderna, falou durante um pouco mais de uma hora sobre o assunto, isso porque "entendia muito pouco" sobre o assunto.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

TOPS

Godard
Antonioni
Visconti
Coppola
Woody Allen
Hitchkok
Truffaut
Oliver Stone
Ridley Scott
Robert Altman
Scorsese
Brian de Palma
Bergman
Bertolucci
Fellini

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

DEUSES PLATINADOS

Cheguei um dia perto de uma sereia
E disse

Nossa! Como seus cabelos são lindos!
Ela virou-se muito simplesmente e disse

Mas os seus são iguais!
Foi assim que uma noite eu tive um sonho

No qual eu estava transando comigo mesma
A sereia não foi sonho

Era uma projeção platônica de carne e osso
Assim como platônica era minha paixão pelo

Deus parafinado que rondava minha praia
Por quem eu suspirava e com quem não troquei

Nunca sequer uma palavra
Trata-se às vezes

De não quebrar o encanto
Esses seres povoavam

Como espectros glamurosos
O meu mundo

Eram em suas essências
Muito simples

E muito majestosos
Com suas estampas floridas

Suas vidas coloridas
Príncipes descalços

Por nada nem por
ninguém perturbados

domingo, 31 de agosto de 2008

MAIO

Maio é o melhor mês para se pegar praia
Foi o que me disse aquela vez um cara


Acho que eu gostava tanto dos surfistas
Pelo simples fato de querer ser um deles


Gostar do que é belo nos aprisiona
Porque tambem queremos sê-lo


E indagou-me se estava esperando por um príncipe
Na verdade não sei o que estava esperando


Só sei que agora continuo não sabendo
E Maio continua um belo mês para a praia


A única certeza que tenho é a de que Maio
Aquele Maio não volta mais


Coisa que também ignorava
Assim como cada Maio que passava


Passava com sua doce brisa discreta levando
Embora o cruel tempo


Sem que eu nada percebesse
Sem aviso, calado, frio e doce, Maio


Assim com sol, sem calor, céu azul
Do jeito que a gente gosta


Maio homem, amor, sensual, verdadeiro
Tão passageiro quanto permanente


Eu não tinha idéia do quanto ele veio pra ficar
A ponto de me assolar num verão


Tão longínquo, anos depois
Um amor que ficou numa estrela


Que me transportou no tempo ao
Contemplar o céu nesta noite, uma noite


E só agora posso sentir
E com muita felicidade


Que o tempo não existe
E plagiando um mestre


O homem não vem da Terra
Vem das estrelas


Ha, que delícia dizer uma
Coisa tão linda


Eu tinha certeza que não era daqui
Mas das estrelas


Isso me faz feliz
A mim e aos meus amores


Que "são" grandiosos
Aqueles que ficaram num olhar, num píer


Num fim de tarde
Uns que não se consumaram


E não os que se consumiram
Aqueles que foram Bonitos


Através do tempo
Não que duraram um tempo


Frações flashes
transas re-transas


Encontros reencontros
Como são valiosos


Poderosos, resistem através do tempo
Quando não esquecidos


Por nenhuma das partes
E quanto isso já me aconteceu


E divago se ainda vou encontrar o moço do outro lado do píer
Que não tem mais face


Porque já ficou como um sonho
Ele merece ganhar um rosto


Maio é nosso
Meu e de meus amores


Doces, singelos
Que todos os meses do ano sejam Maio


Tão discreto quanto grandioso
Maio não pede nada


Apenas existe, está lá no tempo
Congelado e recorrente


Maio esperto e safo
Sem deixar nenhum rastro


Um brinde: para sempre
Maio!

Mery

"Alfie, o sedutor"

O filme saiu de cartaz misteriosamente e foi mal interpretado pela crítica brasileira que o acusou injustamente de moralista.

E não é nada disso, sua leitura deve ser feita pelo lado existencial e, apesar de ser um remake, ele é extremamente atual, cai como uma luva para os dias de hoje.

No que se refere aos relacionamentos amorosos, à solidão, aos tempos modernos, enfim, à questão que nos indaga desarmado um Alfie perdido, olhando diretamente para a câmera, para o espectador, relação que se estabelece desde o começo do filme: "Afinal, qual a resposta?"

Alfie não passa de um 'bom vivant' aproveitando sua solteirice, jogando seu charme e elêgancia para todos os lados.

Não vamos esquecer que falamos aqui de Jude Law que esá bastante sedutor aqui na pele de Alfie.

Nosso herói atrai mulheres de todas as idades, tipos e classes sociais e costuma ser bem sucedido.

Ele é inconsequente sim, até admite isso quando faz um balanço no final de tudo mas, ainda paira no ar: e aí ? o que seria consequente?

A questão que fica é indagada por um velho homem enquanto os dois caminham numa praia em direção ao horizonte: "O que fazer depois?"

Mery

"The Company" by Robert Altman

O filme é uma ode ao balé com momentos de pura poesia.

Altman, que se dizia pouco conhecedor dessa arte, penetra fundo em seu mundo. Mostra o esqueleto, os ossos do ofício, por assim dizer, e viaja pelo seu glamour.

O trabalho duro, diário e a solidão do bailarino são retratados com veracidade. Neve Campbell é uma surpreendente revelação como exímia bailarina.

Ela co-produziu o filme com Altman e a estória é sua. Se bem que não podemos dizer que há uma estória, pois mais parece um documentário da companhia de Chicago.

O que importa é que somos levados a um mundo à parte, onde o instrumento do artista é o próprio corpo que tem que estar afinadíssimo para a performance.

E não falamos aqui de um culto ao corpo como quem vai à academia em busca de estética, pelo contrário, é tudo por amor à arte. Como diz o título em português, são corpos com alma.

Há uma apresentação ao ar livre debaixo de uma tempestade, um pas de deux, que é de arrasar.

Mery